MASP, São Paulo | 10 de outubro de 2025 – 5 de abril de 2026
O Museu de Arte de São Paulo (MASP) apresenta, a partir de 10 de outubro de 2025, a mostra Abel Rodríguez — Mogaje Guihu: A Árvore da Vida e da Abundância, dedicada ao artista colombiano e amazônico Abel Rodríguez, conhecido entre os povos indígenas Nonuya e Muinane como Mogaje Guihu, que significa “pena de gavião brilhante”.
A exposição, que permanece em cartaz até 5 de abril de 2026, reúne 65 desenhos e pinturas realizados entre 2006 e 2025, configurando a maior retrospectiva já dedicada ao artista na América Latina.
🌿 Um sábio da floresta transformado em artista
Nascido por volta de 1941 nas margens do rio Cahuinarí, na Amazônia colombiana, Abel Rodríguez foi formado desde a infância como “sabedor”, guardião dos conhecimentos sobre plantas, ciclos naturais e mitos da floresta tropical.
Sua arte surge como uma forma de preservar e transmitir o conhecimento ancestral amazônico após ter sido forçado a deixar sua terra natal nos anos 1990 por conta dos conflitos armados na Colômbia.
Em Bogotá, Rodríguez passou a traduzir em papel — com precisão quase científica e beleza poética — a complexa teia de vida que compõe a Amazônia: rios, árvores, frutos, animais e espíritos que, em sua visão, coexistem em equilíbrio.
🍃 A exposição
Organizada pelos curadores Adriano Pedrosa e Leandro Muniz, a mostra está dividida em quatro núcleos:
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Árvores mitológicas, que abordam a cosmogonia Nonuya e a criação do mundo;
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Desenhos botânicos, que revelam a diversidade e a interdependência das espécies;
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Ciclos, com obras que representam o fluxo da vida e da morte na natureza;
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Natureza integrada, que sintetiza a visão espiritual e ecológica do artista.
O título “A Árvore da Vida e da Abundância” alude ao mito de origem de seu povo, segundo o qual a primeira árvore do mundo
gerou todas as outras formas de existência — símbolo do equilíbrio entre humanidade e floresta.
🌎 Arte, memória e resistência amazônica
Mais do que registros visuais, os desenhos de Abel Rodríguez são mapas espirituais da Amazônia — uma celebração da biodiversidade e um alerta diante das ameaças que pairam sobre a floresta e seus povos.
Sua obra, reconhecida internacionalmente, reafirma a importância de escutar as vozes indígenas e amazônicas na arte contemporânea, propondo uma nova maneira de pensar o meio ambiente, o tempo e o conhecimento.
“Tudo o que existe na floresta tem uma função, um propósito. A floresta é o nosso livro, e eu apenas a desenho para que o mundo não esqueça.”
— Abel Rodríguez (Mogaje Guihu)🖼 Serviço
Local: MASP — Av. Paulista, 1510, São Paulo, SP
Período: 10 de outubro de 2025 a 5 de abril de 2026
Curadoria: Adriano Pedrosa e Leandro Muniz
Horários: Terça (10h – 20h, gratuito); quarta a domingo (10h – 18h, entrada paga)
Ingressos: R$ 75 (inteira) | R$ 37 (meia) | Agendamento online em masp.org.br













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